terça-feira, 21 de agosto de 2012

O TABAGISMO SEM MÁSCARAS




TABAGISMO


O tabagismo é a maior causa evitável de doença e morte no planeta. Mata mais que acidentes de transito, AIDS, homicídios, suicídios e incêndios_ juntos. É o único produto legal que mata metade de seus consumidores se for usado exatamente como indica seu fabricante.

Está ligado aos cânceres de pulmão, laringe, faringe, traquéia, esôfago, bexiga e mama. Leva a envelhecimento precoce, enfisema, bronquite crônica, trombose, infarto do miocárdio, gangrena, osteoporose. Em grávidas, leva a descolamento prematuro de placenta, morte fetal, nascimento de bebes de baixo peso, de baixo QI, com predisposição a diversas doenças. Filhos de fumantes têm maior probabilidade de desenvolvimento de infecções respiratórias e asma. Fumar faz tanto mal que chega a ser difícil acreditar.

Ainda assim, mais de um bilhão de indivíduos ainda fumam no mundo. A cada ano, aproximadamente 6 milhões de pessoas morrem por causa do tabagismo, e se não forem adotadas medidas urgentes, ele poderá matar ao longo do século XXI até um bilhão de pessoas.

A Organização Mundial de Saúde preconiza um pacote de 6 medidas para controlar essa epidemia de grandes proporções:

1) Monitorar o uso de cigarros
2) Proteger as pessoas da fumaça do tabaco (criando cada vez mais ambientes livres de fumo)
3) Oferecer tratamento gratuito
4) Colocar advertências impactantes nos maços de cigarro
5) Proibir a propaganda de cigarros
6) Aumentar os impostos

A política de controle do tabagismo no Brasil é uma das melhores do mundo. Tornou-se recentemente o maior país livre de fumo. A partir de maio, impostos e preços dos cigarros aumentarão progressivamente. Estamos rumando a uma proibição da propaganda em todas as esferas, e as advertências aparentes nos maços de cigarro são bastante impactantes. No entanto, meninos e meninas compram livremente maços de cigarro, o que faz com que a iniciação no fumo continue grande; e menos de 2% dos fumantes consegue receber tratamento gratuito. Esses são os dois calcanhares de Aquiles da nossa política e, se nada for feito, muitas outras milhões de mortes não poderão ser evitadas.

Analice Gigliotti é medica psiquiatra, pós graduada pela UFRJ, mestre em medicina pela UNIFESP, ex-presidente e consultora da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas, Vice-Presidente da Associação Psiquiátrica do Rio de Janeiro, coordenadora do Programa de Educação Continuada da Associação Brasileira de Psiquiatria, Chefe do Setor de Dependência Química da Santa Casa do Rio de Janeiro, membro do Comitê Global da Society for Research on Nicotine and Tobacco, e membro da International Society of Addiction Medicine.



Fonte: Instituto Chico Anysio
www.institutochicoanysio.org 


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